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Roland Garros: Pouille reencontrou o sorriso e o gosto pela vitória

Lucas Pouille em Fevereiro de 2022.
Lucas Pouille em Fevereiro de 2022.AFP
O sorriso tinha deixado o rosto de Lucas Pouille durante anos e um mergulho na depressão. Contudo, uma primeira vitória na fase de qualificação do Roland Garros, o primeiro passo para o objetivo dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, permitiu ao gaulês voltar a sorrir.

Já era tarde na noite de segunda-feira e estava frio, mas a multidão manteve-se dentro dos limites do estádio de Roland Garros, à volta do court semi-coberto n.º 14, para aplaudir o francês de 29 anos, que derrotou o checo Tomas Machac, 127.º do ranking, por 7-5 e 6-3. "É a vitória que mais me satisfaz desde há quatro anos... Já lá vai muito tempo", disse o antigo n.º 10 do mundo, que está a jogar esta semana como o 670.º classificado no rankingATP.

"Quando se começa o torneio, não se quer que acabe no primeiro dia (risos). Esta vitória deixa-me muito feliz. Agora temos de nos preparar bem para a próxima ronda, pois há muito tempo que não disputo um encontro. Estou contente por estar aqui amanhã, relaxar, preparar-me e depois ver os outros a divertirem-se (risos)", disse, apreciando o ritmo dos grandes torneios.

Desde a sua meia-final no Open da Austrália em 2019, Pouille tem sido atingido por tantos problemas físicos (cotovelo, costas, ombro, dores abdominais, costelas) que a moral foi gravemente afectada. Ao ponto de se afundar numa depressão e considerar a hipótese de largar as raquetes para sempre.

A camisola de Noah

Numa entrevista ao diário L'Équipe, em março, admitiu que tinha chegado ao ponto, no ano passado,"depois de Roland Garros, em Inglaterra, de dormir uma hora por noite e beber sozinho". "Agora já acabou, já passou, mesmo que por vezes pense nisso. Serve-me bem e dá-me mais força do que qualquer outra coisa", diz.

Pouille quase não tem contratos publicitários e, este ano, em Roland Garros, está a usar uma roupa em homenagem à que Yannick Noah usou para ganhar o torneio em 1983. "Não sei se alguma vez poderei voltar a ganhar o Open de França", disse, mas acrescentou:"Mas, de momento, ainda não cheguei lá...".

Ainda há um longo caminho a percorrer. Na quarta-feira, terá de defrontar o taiwanês Chun-Hsin Tseng (215.º aos 21 anos) para tentar jogar uma terceira ronda de qualificação que, em caso de vitória, lhe permitirá entrar no sorteio principal do Open de França.

"O favorito"

É uma batalha bastante difícil para um jogador que não ganha um jogo no circuito ATP Tour desde a primeira ronda no Masters 1000 de Madrid, há mais de um ano, e que este ano, até agora, só jogou no Challenger Tour, onde ganhou apenas três jogos e perdeu quatro.

"Muitas vezes, na cabeça das pessoas, ainda sou o favorito no court, mas de momento não sou de todo", afirmou. No court de terra batida de Paris, sentiu o apoio reconfortante do público, que cantou uma Marselhesa depois de ter finalmente vencido o primeiro set contra Machac.

"Foi por isso que quis voltar a jogar ténis, para reviver o momento. Estava a ver o Gilles (Simon) em Bercy (no ano passado, no último torneio da sua carreira, nota do editor), naquele tipo de ambiente, e fiquei arrepiado. A primeira ronda da fase de qualificação foi às 20:30 e o court 14 esteve quase cheio durante grande parte do jogo, com aquele tipo de ambiente, foi fantástico", afirmou.

"Quando todas aquelas pessoas entram no court e cantam o meu nome, é obviamente fantástico", afirmou.

Aconteça o que acontecer, depois de anos a perder algumas das suas certezas, uma coisa era certa para Pouille quando chegou às eliminatórias do Open de França:"Sabia que ia dar 400% e dar o meu melhor, e ninguém me podia tirar isso".