Alexander Zverev não tem ilusões, não lhe será dada uma entrada gratuita na segunda ronda em Paris.
"Na minha cabeça, tenho de jogar contra o primeiro Rafa", disse antes da eletrizante partida de abertura do Open de França 2024 contra Rafael Nadal.
Apesar de ter caído muito no ranking mundial, e de ter estado recentemente a quilómetros de distância da sua melhor forma, continua a ser o rei do saibro no seu reino no Bois de Boulogne.
"Presumo que ele jogará o seu melhor ténis", afirmou Zverev.
Título é o grande objetivo de Zverev
Não só para derrotar Nadal, mas também para realizar o seu sonho de ganhar um Grand Slam. O Open de França, diz Zverev, "é o torneio que quero ganhar. É talvez aquele por que estou mais ansioso durante todo o ano". Porquê?
"Porque é em terra batida", diz o campeão olímpico sem hesitar, porque as batalhas de cinco sets são mais desafiantes fisicamente do que qualquer outra coisa que o mundo do ténis tem para oferecer, mas também porque associa "a maioria das memórias" -"boas e más".
Passaram dois anos desde o seu acidente memorável em Paris, quando torceu o tornozelo de tal forma na meia-final contra Nadal que a continuação da sua carreira ficou comprometida.
"Queria muito voltar a jogar contra o Rafa na minha carreira", disse esta sexta-feira.
"Não queria que a minha última recordação contra ele fosse sair numa cadeira de rodas. Claro que teria gostado de o fazer mais tarde no torneio, mas as coisas são como são, ele não tem cabeça de série", acrescentou.
O jogo realizar-se-á na segunda-feira.
O sofrimento de Zverev, de 27 anos, faz parte do passado, tendo acabado de ganhar o seu primeiro Masters em Roma depois da grave lesão. Embora os habituais favoritos aos quatro maiores títulos do ano o tenham evitado, Zverev está convencido de que, de qualquer forma, controla o seu próprio destino.
"Se jogar mal, posso perder com qualquer um, mas se jogar bem, posso ganhar a qualquer um", sintetizou.
Um dos favoritos
"Tenho de me concentrar em mim próprio para encontrar o meu ritmo em Paris, como costumava fazer. Depois, tenho tudo na minha raquete", acrescentou.
Não apenas as meias-finais, como nos últimos três anos, mas também as vitórias finais sobre os jogadores que sempre lhe arrebataram os grandes títulos até agora, mas atrás dos quais existem atualmente pontos de interrogação.
Na sua digressão de despedida, Nadal luta contra o seu próprio corpo, desgastado por duas décadas de ténis profissional, Novak Djokovic contra uma inexplicável crise de forma, Jannik Sinner e Carlos Alcaraz contra as doenças após as suas ascensões meteóricas. Zverev já é considerado o favorito por ter regressado fisicamente a um nível de classe mundial.
Processo judicial: Zverev não acredita em derrotas legais
Será que a sua cabeça também vai alinhar? O julgamento contra Zverev, por alegada agressão, começa a 31 de maio no tribunal distrital de Tiergarten. Zverev afirma que pode ignorar isso.
"No final do dia, acredito no sistema alemão e na verdade. Sei o que fiz e o que não fiz", disse.
"Acredito que não há qualquer hipótese de perder este julgamento", acrescentou.
Zverev, para quem a presunção de inocência se aplica até à condenação final, tinha apresentado um recurso contra uma sentença penal no ano passado. Estão previstos dez dias de julgamento.
Zverev não tem de comparecer pessoalmente no tribunal. Pode fazer-se representar pelo seu advogado.
