Ténis: Presidente da ATP admite calendário com pouco espaço para descanso
"Concordo com os jogadores que o tempo de descanso é demasiado curto. Isto deve-se em parte ao formato da Taça Davis", explicou durante uma conferência de imprensa.
"Quando eu era jogador, a final da Taça Davis opunha duas equipas, mas agora são mobilizados 50 jogadores para as finais", como será o caso na próxima semana em Málaga, com oito nações em competição, continuou o antigo número 18 do mundo, referindo-se ao evento organizado pela Federação Internacional de Ténis.
"Os jogadores não têm atualmente tempo suficiente para descansar e regenerar o seu corpo", admitiu o dirigente italiano, que está à frente da ATP desde 2020.
Sobre o calendário, que é muitas vezes apresentado como problemático e demasiado exigente pelos jogadores, o patrão da ATP confrontou-os com as suas próprias contradições.
"Os jogadores de ténis são trabalhadores independentes e, portanto, livres, ao contrário dos jogadores de basquetebol ou de futebol, cujos horários são determinados pelas suas equipas. Podem fazer o seu próprio calendário, para não falar da tentação de jogar em torneios de exibição que pagam muito dinheiro", disse, referindo-se ao Six Kings Slam organizado em Riade em outubro.
Por outro lado, Gaudenzi defendeu a decisão de alargar a duração da maioria dos torneios Masters 1000, os torneios mais importantes depois dos Grand Slams, que agora se realizam ao longo de duas semanas.
"Queremos fazer crescer este produto premium onde os dez melhores jogadores do mundo estão sempre presentes", explicou.
A criação de um novo Masters 1000, nomeadamente na Península Arábica, é frequentemente mencionada, mas não acontecerá"antes de 2028":"Estamos a discuti-la, mas não foi tomada nenhuma decisão. Se for tomada uma decisão, não será antes de 2028, porque há a questão das infra-estruturas a construir".
Uma coisa é certa: se"um novo Masters 1000 surgisse", não seria"em detrimento de nenhum dos nove torneios atualmente em calendário", insiste Gaudenzi, que é também favorável a que as finais destes torneios sejam disputadas à melhor de cinco sets, em vez dos actuais três.
Relativamente às bolas, outra queixa recorrente dos jogadores descontentes com a sua qualidade e com a multiplicidade de marcas utilizadas, Gaudenzi sublinhou que"pela primeira vez há uma centralização nesta questão".
"Teremos de esperar mais um ano ou dois para que os contratos assinados pelos torneios expirem antes de vermos os efeitos desta racionalização", disse.