João Fonseca e Victoria Barros: conheça as duas maiores promessas do ténis brasileiro
João já começou a brilhar. Depois de vencer o US Open sub-18 em setembro de 2023, o carioca de 17 anos tornou-se o primeiro tenista com menos de 18 anos a vencer uma partida do ATP Tour.
"Nasceu uma estrela", afirmou o Tennis Letter, uma das maiores páginas do desporto, depois de João ter vencido os seus dois primeiros jogos como profissional, no Rio Open 2024 nesta semana.
Ao despachar o francês Arthur Fils (36.º do ranking) e o chileno Cristian Garín (88.º) no ATP 500 do Rio de Janeiro, João Fonseca mostrou ao mundo o que Roger Federer – cuja marca de roupa patrocina o brasileiro – já sabia: joga muito.
O menino não só tem talento, mas já mostra força física e mental, incrível habilidade nos golpes, uma direita matadora, velocidade, posicionamento, agressividade, bons fundamentos em todas as posições da quadra e, principalmente, já sabe jogar bem em todos os pisos.
Em terra batida, chegou aos quartos de final de Roland Garros Junior e tem uma meia-final e dois quartos de final em Challengers – além de ter alcançado os quartos do Rio Open no seu primeiro torneio profissional.
Em piso duro, venceu o US Open Junior e chegou aos quartos do Australian Open Junior. Em relva, venceu o ITF J300 de Roehampton e chegou aos quartos de Wimbledon Junior em 2023.
A carreira internacional de João começou em 2020, quando tinha apenas 14 anos. Em 2023, foi o campeão do circuito júnior de ténis.
Victoria Barros: a nova Serena Williams?
Enquanto João Fonseca é um adolescente da elite brasileira cujos pais são sócios do caríssimo Country Club do Rio de Janeiro – seu berço no ténis –, a realidade de Victoria Barros é outra.
A potiguar (nasceu no Rio Grande do Norte) de 14 anos pode tornar-se a primeira tenista brasileira negra no circuito da WTA.
Começou a jogar em Natal, antes de se mudar para treinar em São Paulo e Coritiba com o apoio de projetos sociais.
O talento e determinação de Victoria chamaram a atenção de um antigo treinador de Serena Williams, que a levou para treinar em França.
Hoje na academia de Patrick Mouratoglou, a brasileira compete contra meninas mais velhas e tem conquistado títulos contra tenistas de 18 anos no circuito mundial juvenil da Federação Internacional (ITF).
Victoria tem oito torneios e 35 jogos disputados pela ITF, venceu 31 partidas e conquistou quatro títulos, além de um vice-campeonato e duas meias-finais.
“É uma atleta incrível fisicamente e pode fazer de tudo”, disse o ex-número 3 do mundo Ivan Ljubicic.
O croata afirmou que viu coisas em Victoria que "nunca tinha visto em tenistas dessa idade".
A desenvoltura, a naturalidade com que se movimenta na quadra e a precisão dos golpes também impressionam no jogo de Victoria.
O ténis do Brasil tenta compensar o atraso nas categorias de formação depois de não ter aproveitado a onda criada pelo fenómeno Gustavo Kuerten, no final dos anos 1990.
Com Bia Haddad a brilhar na WTA, parece que não há melhor altura do que agora.