A estrela sérvia de 36 anos foi impedida de entrar nos Estados Unidos durante a maior parte dos últimos dois anos, depois de se ter recusado a cumprir o processo de vacinação contra a Covid-19.
O 23 vezes vencedor de títulos de singulares do Grand Slam apenas pôde assistir de longe, no ano passado, à coroação da estrela espanhola Alcaraz como o novo Rei de Nova Iorque, com o seu primeiro triunfo num Major de ténis.
Desde essa vitória revolucionária, Alcaraz e Djokovic desenvolveram a nova rivalidade mais interessante do desporto, levando um ao outro ao limite numa final épica de cinco sets em Wimbledon no mês passado, que terminou com o triunfo de Alcaraz por 1-6, 7-6 (8-6), 6-1, 3-6 e 6-4.
No fim de semana passado, na final do Open de Cincinnati, Djokovic salvou um match point antes de conseguir uma vitória por 5-7, 7-6 (9-7), 7-6 (7-4) em pouco menos de quatro horas.
Para Djokovic, as prestações de Alcaraz são a confirmação da sua convicção de que o espanhol de 20 anos é o verdadeiro jogador e o mais bem posicionado para lhe suceder como a força dominante no ténis masculino.
O sérvio disse que o talento de Alcaraz para estar à altura da ocasião nas circunstâncias mais exigentes o faz lembrar das suas duras batalhas com Rafael Nadal, que vai falhar o US Open com uma lesão na anca.
"Cada ponto, a sensação que tenho no court faz-me lembrar um pouco quando defrontava o Nadal quando estávamos no auge das nossas carreiras", disse Djokovic.
"Cada ponto é um esforço. Cada ponto é uma batalha. Sentimos que não vamos ter talvez um total de cinco pontos grátis em todo o encontro. Basicamente, temos de ganhar cada ponto, cada pancada, independentemente das condições".
Aceitar o desafio
Djokovic disse que o desenvolvimento de Alcaraz nesta temporada, particularmente a sua postura sob pressão, é ainda mais impressionante, dada a sua juventude.
"Já não me surpreende mais", disse Djokovic. "Foi surpreendente, talvez no final do ano passado ou no início deste ano, o que ele estava a fazer, a forma como ganhou grandes jogos, grandes torneios. Tão impressionante - aparecer nos momentos importantes, ir em frente, ser corajoso".
"Temos de tirar o chapéu a um tipo como ele, que joga com tanta maturidade, que lida tão bem com a pressão para um jovem de 20 anos. Não nos podemos esquecer de como ele é jovem. Isso é algo que o impressiona muito".
Se o torneio seguir a ordem de classificação, Djokovic e Alcaraz encontrar-se-ão pela quinta vez no que seria uma final de grande sucesso no último Grand Slam de 2023.
Os dois tenistas dividiram os quatro encontros anteriores, com duas vitórias para cada um.
Alcaraz derrotou Djokovic numa atribulada meia-final de três sets em terra batida, em Madrid, no ano passado, enquanto Djokovic venceu numa eliminatória de quatro sets em Roland Garros, este ano.
"Todos os jogos que disputámos um contra o outro foram longe", disse Djokovic. "Está cada vez melhor para os adeptos. Para nós, não sei se estamos a gostar tanto".
"É definitivamente um desafio que ambos temos de abraçar e aceitar, porque é isso que é exigido a ambos para ganhar grandes títulos".
Alcaraz sente-se lisonjeado com a comparação que Djokovic faz dele com Nadal, o 22 vezes campeão de singulares do Grand Slam.
"É ótimo que ele saiba que sempre que vai jogar contra mim, lembra-se de jogar contra o Rafa ou contra os melhores, porque isso significa que estamos num bom caminho", disse Alcaraz.
Djokovic tem quase a certeza de recuperar a sua posição de número um do mundo em Nova Iorque, precisando apenas de uma vitória sobre o adversário da primeira ronda, Alexandre Muller, para ter a certeza de recuperar o primeiro lugar, independentemente do desempenho de Alcaraz.
O caminho de Alcaraz para um potencial confronto final com Djokovic é indiscutivelmente mais complicado, com o campeão de 2021 Daniil Medvedev e o italiano Jannik Sinner, que levou Alcaraz a cinco sets nos quartos de final do ano passado, ambos do seu lado do quadro.