Djokovic e a série de oportunidades perdidas no Open dos Estados Unidos
Em Nova Iorque, a estrela sérvia tem acumulado frustrações e escândalos desde o último sucesso em 2018, durante um período em que, longe de Flushing Meadows, ganhou nove dos 23 troféus do Grand Slam.
2022: Rejeição da vacina contra a COVID-19
Em plena corrida com Rafael Nadal para ser o tenista masculino com mais troféus do Grand Slam, Djokovic negou a si próprio a oportunidade de competir no Open dos Estados Unidos ao recusar ser vacinado contra a COVID-19, uma exigência imposta na altura pelas autoridades do país aos estrangeiros que desejassem entrar.
O sérvio, que afirma que o seu corpo "é mais importante do que qualquer título", já tinha tido problemas no início do ano na Austrália, onde viajou com a intenção de participar no torneio do Grand Slam e acabou deportado.
"Infelizmente, desta vez não vou poder ir a Nova Iorque para o Open dos Estados Unidos", anunciou simplesmente Djokovic quatro dias antes do início da competição. Na sua ausência, o espanhol Carlos Alcaraz conquistou o seu primeiro major e tornou-se o mais jovem número um de sempre da ATP, com 19 anos.
2021: O peso da história
Djokovic era imbatível no início da época. Depois de vencer o seu nono Open da Austrália, o segundo Roland Garros (batendo Nadal nas meias-finais) e o sexto Wimbledon, Nole aterrou em Flushing Meadows em posição de completar o maior desafio do ténis: vencer os quatro torneios do Grand Slam no mesmo ano.
Em Nova Iorque, a sua trajetória foi impecável até à final, onde o aguardava Daniil Medvedev, um especialista em piso duro mas sem títulos de Majors no palmarés. No entanto, o russo explorou ao máximo a pressão sobre Djokovic, que acabou por entrar em colapso psicológico.
Apesar de ter contado com o invulgar apoio do público, Djokovic perdeu o controlo dos nervos e chorou na cadeira enquanto via a final escapar-lhe entre os dedos contra Medvedev, que venceu por 6-4, 6-4 e 6-4.
"Não joguei bem nesse dia. Mas o que o público me fez sentir, aquela ligação, aquele amor e apoio durante todo o jogo e durante a cerimónia do troféu, é algo que vou guardar no meu coração. Ainda consigo sentir a vibração daquela noite", disse Djokovic esta semana.
2020: a desqualificação improvável
A edição de 2020 foi marcada pela pandemia de COVID-19, que levou ao isolamento dos jogadores e à ausência de espetadores nas bancadas.
Nos oitavos de final contra Pablo Carreño, Djokovic ficou irritado quando o espanhol se aproximou da vitória no primeiro set.
Num acesso de raiva, o sérvio bateu uma bola que, desafiando todas as probabilidades, atingiu a garganta de uma fiscal de linha, uma das únicas pessoas presentes na altura no Centre Court. Djokovic foi imediatamente desqualificado.
"Preciso de fazer uma introspeção e trabalhar na minha desilusão para aprender com ela e seguir em frente e evoluir como tenista e como ser humano", disse Djokovic na altura.
2019: a lesão inesperada
O sérvio, então campeão em título, passou as três primeiras rondas sem perder um único set e encontrou Stan Wawrinka nos oitavos de final.
O duelo com o suíço, que o dominou duas vezes em finais de Grand Slam (Roland Garros 2015 e US Open 2016), prometia ser mais difícil, mas ao alcance do sérvio.
No entanto, Djokovic sofreu uma lesão no ombro esquerdo e, depois de perder os dois primeiros sets, perdeu o terceiro (4-6, 5-7, 1-2).
"Não quero falar das minhas lesões. Já o disse e mantenho. Desisti e disse-vos que era por causa do meu ombro esquerdo. Não há mais nada a dizer sobre isso", atirou Djoko.