Djokovic lamenta falta de "consistência" no sistema anti-doping após caso Sinner
"Compreendo a frustração dos jogadores perante a falta de coerência. Entendi que o caso dele tinha sido decidido quando foi revelado (na terça-feira). Mas passaram cinco meses desde que a notícia chegou à sua equipa. Por isso, sim, há muitos problemas no sistema, vemos uma falta de protocolos claros e normalizados", comentou Djokovic numa conferência de imprensa em Nova Iorque, antes do US Open, o último Grand Slam da época, que começa na segunda-feira.
O italiano Jannik Sinner, número 1 do mundo, foi ilibado de dois testes positivos de clostébol em março, um procedimento tornado público na terça-feira pela Agência Internacional para a Integridade do Ténis (ITIA). Vários jogadores denunciaram entretanto um sistema dualista, citando a defesa de Sinner, aceite pelas autoridades antidoping (um creme utilizado pelo seu fisioterapeuta), num processo mantido em segredo até então, em que o italiano evitou uma longa suspensão provisória.
"Compreendo o sentimento dos jogadores que se interrogam se estão todos a receber o mesmo tratamento. Espero que os órgãos dirigentes do nosso desporto aprendam com este caso e adoptem uma melhor abordagem no futuro. Precisamos de ver mudanças, coletivamente, isso é óbvio", disse Djokovic, número 2 do mundo, 24 vezes vencedor do Grand Slam e medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris no início deste mês.
"Outros jogadores tiveram casos semelhantes sem o mesmo resultado. A questão é se foi uma questão de dinheiro, se qualquer jogador pode pagar um bom advogado que o poderá defender melhor", continuou o sérvio, referindo-se ao trabalho da associação de jogadores (PTPA), que ajudou a fundar em 2019.
"Precisamos de perceber como uniformizar tudo para que todos os jogadores, independentemente do seu ranking ou perfil, possam ter o mesmo tratamento", vincou.