US Open: Organizadores sob fogo por "confusão total" nos finais tardios
A chinesa Zheng Qinwen, sétima cabeça de série, repetiu a vitória nos Jogos Olímpicos sobre a croata Donna Vekic por 7-6 (7/2), 4-6 e 6-2, estabelecendo um novo recorde da final mais tardia num encontro de singulares femininos em Flushing Meadows. Murray, no entanto, insistiu que o recorde representava um ponto baixo.
"A situação da calendarização do ténis é uma confusão total. Parece tão amador ter jogos a decorrer às 2, 3, 4 da manhã. Resolvam isto", publicou no X o campeão do US Open de 2012, Murray, que se reformou recentemente.
O confronto da quarta ronda entre Zheng e Vekic durou duas horas e 50 minutos, depois de ter começado por volta das 23:25 de domingo. Antes, houve um duelo masculino, com quatro sets e três horas de duração, que, por sua vez, começou mais tarde do que a hora prevista, às 19:00, depois de a sessão da tarde ter terminado.
O jogo Zheng-Vekic quebrou o recorde anterior, que terminou às 02:13 em 2021, quando Maria Sakkari derrotou Bianca Andreescu num embate dos oitavos.
Zheng, de 21 anos, não se perturbou com o facto de ter terminado a partida demadrugada.
"É sempre bom jogar na sessão noturna, porque estou habituada a isso. É a primeira vez que jogo aqui em Nova Iorque às duas da manhã. É inacreditável. Obrigado aos fãs que não estão a dormir por me estarem a apoiar aqui", disse Zheng aos poucos adeptos que restaram no cavernoso Estádio Arthur Ashe, com 24.000 lugares.
Este ano, o Open dos Estados Unidos tem sido afetado por finais tardios, apesar de os organizadores terem prometido resolver o problema, que também afetou outros eventos do Grand Slam em Melbourne e Paris.
"Complicado"
A vitória da número dois mundial Aryna Sabalenka sobre Ekaterina Alexandrova na terceira ronda começou com um atraso recorde de 00:08 de sábado e terminou às 01:48.
"Cheguei às 3:00 da manhã, provavelmente adormeci às 4:00. Ainda bem que não joguei durante umas três horas porque depois provavelmente voltaria às 05:00 e seria complicado", disse Sabalenka.
O alemão Alexander Zverev completou uma vitória de quatro sets, na terceira ronda, sobre Tomas Martin Etcheverry às 02:35 de sábado. Esse foi o segundo final mais tardio na história do US Open, atrás apenas das 02:50 entre Carlos Alcaraz e Jannik Sinner, em 2022.
Zverev, número quatro do mundo, voltou ao court na tarde de domingo para derrotar Brandon Nakashima e chegar aos quartos de final.
Os responsáveis do Open dos Estados Unidos introduziram este ano uma nova política para combater o problema dos finais tardios, com o árbitro do torneio a poder transferir um jogo para outro court, se necessário.
"Já tivemos aqui jogos atrasados. Continuaremos a ter jogos atrasados. Agora estamos a definir uma política. No caso de termos o segundo jogo da noite em Ashe ou o último jogo em Armstrong, se esses jogos não tiverem começado até às 23:15, o árbitro terá a possibilidade de mudar o jogo", disse a diretora do torneio, Stacey Allaster, na véspera do Open dos Estados Unidos.
No entanto, acrescentou: "Isso vai depender de muitas variáveis, como por exemplo, se temos a equipa de transmissão pronta, se temos apanha-bolas e assim por diante".
"Pouco saudável"
Zverev não é estranho a finais tardias: em Acapulco, em 2022, completou uma vitória na primeira ronda sobre Jenson Brooksby às 04:55. A final mais tarde em todos os Grand Slams foi às 04:34, quando Lleyton Hewitt derrotou Marcos Baghdatis no Open da Austrália de 2008.
Em Melbourne, este ano, Daniil Medvedev venceu Emil Ruusuvuori em cinco sets às 03:40.
Um ano antes, Murray derrotou Thanasi Kokkinakis pouco depois das 04:00, ao fim de cinco horas e 45 minutos em court.
No Open de França deste ano, Novak Djokovic venceu um jogo contra Lorenzo Musetti às 03:06, um recorde no torneio.
A estrela norte-americana Coco Gauff descreveu este tipo de finais como "pouco saudáveis" para jogadores e adeptos.
No início de 2024, a ATP e a WTA, que gerem os principais circuitos, emitiram novas diretrizes para evitar finais tardios. O número de jogos noturnos é limitado e nenhum pode começar depois das 23 horas.
Esta estratégia não se aplica, no entanto, aos Grand Slams, embora em Wimbledon já exista um recolher obrigatório às 23:00, acordado localmente.