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Wimbledon: Alcaraz exibe-se numa final de sonho e revalida o título de Wimbledon (3-0)

André Guerra e Daniel Nuñez
Exibição incrível de Alcaraz
Exibição incrível de AlcarazAFP
Carlos Alcaraz sagrou-se bicampeão de Wimbledon ao defender o título conquistado no ano passado com um triunfo claro sobre Novak Djokovic por 3-0 (6-2, 6-2 e 7-6). O sérvio perdeu a oportunidade de se isolar como o jogador, masculino ou feminino, com mais títulos do Grand Slam, voltando a ser frustrado por um miúdo espanhol que esteve praticamente intocável.

Recorde aqui as incidências do encontro

"Sinto que já não sou um novato. Já sei o que vou sentir antes de jogar uma final. Já estive nesta situação antes. Vou tentar corrigir os erros que cometi na anterior, ser melhor e fazer as coisas bem", disse Carlos Alcaraz depois de derrotar Daniil Medvedev nas meias-finais. Na altura, não sabia se ia defrontar Novak Djokovic ou Lorenzo Musetti, embora o nome do balcânico, "favorito" este domingo para Juan Carlos Ferrero, treinador do espanhol, estivesse certamente na sua mente.

O jogo de abertura foi resolvido em 14 minutos, algo que o público interpretou como uma promissora declaração de intenções. Carlitos aproveitou o quinto break point de que dispôs e ficou insuflado de moral num início vertiginoso. Essa situação favorável manteve-se ao longo do tempo... e de que maneira! Repetiu um break com mestreia, perante a versão mais irreconhecível de Novak. O primeiro set estava ao alcance e foi confirmado através do definitivo 6-2.

Fúria espanhola

Parecia ter trocado de papéis: o estudante era pragmático, concentrado e solvente para oferecer um desempenho convincente e fiável. Um pouco mais sério do que o habitual, com o sorriso reservado para a celebração posterior, voltou a atacar o adversário depois do descanso e rapidamente impôs um 2-0 no marcador. Atordoado e errático, Djokovic precisava de uma mudança drástica de guião que não chegou a tempo ao longo do segundo set.

Alguns lampejos muito ocasionais iluminaram a figura do vencedor de 24 Grand Slams (por exemplo, um magnífico drop shot que lhe permitiu encurtar a diferença). Talvez isso fosse suficiente para vencer a maioria, mas não contra o talento e a força de um rapaz que se está a tornar homem à base de títulos. E neste domingo, 14 de julho, ainda mais especial por causa da final do Campeonato da Europa de futebol entre a Espanha e a Inglaterra, não perdeu a oportunidade de continuar a aumentar a sua lenda... e a diferença, com novo 6-2 no segundo set.

Ao contrário dos sets anteriores, Djokovic fez valer o seu serviço e conseguiu o desejado 0-1. Depois, um 0-30 a seu favor permitia-lhe sonhar com uma recuperação, que voltou a estar distante após uma nova masterclass do espanhol, que queria resolver o encontro pela via rápida. No entanto, era óbvio que Nole estava a melhorar e agarrou-se a isso para frustrar quatro ameaças de break. 

Mas no melhor momento do sérvio, Alcaraz furou-lhe o balão da confiança ao impedir um break e conseguir manter o terceiro set igualado a 3-3. Dividiram os dois jogos seguintes para fazer o 4-4 e, no jogo seguinte, com serviço de Novak, Alcaraz subiu o nível e podia ter feito um break a zeros, algo que Djoko ainda adiou, mas não evitou e ficou contra as cordas. 

A resiliência de Nole

Com a possibilidade de fechar o jogo, Alcaraz facilitou muito a sua tarefa ao conseguir três championship points, mas Djokovic nunca atirou a toalha ao chão e conseguiu uma recuperação notável para igualar o set a cinco. No jogo seguinte, voltou a passar para a frente, aproveitando algum desânimo do espanhol.

Outro nível

Mas o miúdo espanhol estava noutro nível, um patamar só dele, em que a mistura entre a potência e classe se unem para banalizar um dos melhores de sempre. Com um jogo quase irrepreensível, nesse balanço delicado entre amortis e autênticos remates atirou a decisão para o tie-break. 

Voltou a superiorizar-se nos momentos decisivos, teve dois championship points e, desta vez, fechou o jogo logo à primeira oportunidade e revalidou o título no All England Club.

Um quarto Grand Slam antes dos 21 anos é, sem dúvida, a marca dos grandes. O espanhol está no seu próprio quintal, em Londres, e dominou a final contra um Novak Djokovic que ainda não está no seu melhor para este tipo de encontro. Esperemos que esteja para os Jogos Olímpicos, mas o favorito continua a chamar-se Alcaraz.