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Cetkovská fala de Krejcikova nas meias-finais de Wimbledon: "Não sente pressão e tem armas na relva"

Tomáš Rambousek
Barbora Krejcikova avançou para as meias-finais de Wimbledon pela primeira vez na sua carreira
Barbora Krejcikova avançou para as meias-finais de Wimbledon pela primeira vez na sua carreiraProfimedia
Barbora Krejcikova (28 anos) chegou às meias-finais de Wimbledon pela primeira vez na sua carreira e vai defrontar a recente vencedora, Jelena Rybakina (25). O jogo da tenista checa foi analisado para o Flashscore por Petra Cetkovská, antiga presença nos oitavos de final em Londres e atual treinadora das equipas juvenis femininas.

- O que pensa dos atuais resultados e desempenho de Barbora Krejcikova? Está surpreendida com eles?

- A Bára tem-se debatido com alguns problemas de saúde ultimamente e não tem tido os desempenhos a que estamos habituados. Talvez nos meses anteriores ela não tivesse a configuração interna ideal e, obviamente, voltou a encontrá-la esta semana. Está também a tirar partido do facto de o ténis feminino se ter tornado bastante aberto nos últimos anos e de qualquer pessoa poder chegar longe. Mas ela está a provar agora que pode ir atrás dos resultados importantes. Talvez só precisasse de tempo, e agora tudo se encaixou nesta semana em particular. A oportunidade surgiu e, claro, é ótimo que seja em Wimbledon.

- Até ao momento, a tenista está a lidar com os jogos com confiança, apesar de nunca ter tido muito sucesso na relva. Só esteve em Wimbledon uma vez, nos oitavos de final.

- Não estou nada surpreendida, porque a Bára tem um jogo muito bom em relva. Talvez não tenha jogado tanto em relva antes e estivesse mais concentrada na terra batida. Mas ela consegue jogar de forma inteligente e criativa e isso é muito importante nesta superfície.

- Mas ela costumava terminar muito mais cedo. Onde vê as razões para esta mudança positiva? 

- Talvez seja porque ela tem jogado um pouco. Podemos ver que, para além da Rybakina, este ano há jogadoras que já estão no circuito há alguns anos. E a experiência desempenha um papel muito importante. A Bára não pensa que é impossível correr bem na relva, que tem de ter cuidado com os ressaltos, que tem de bater para não escorregar. Ela joga de forma completamente normal, natural, descontraída. Foi excelente na terra batida e no campo duro e agora vê-se que não tem medo nenhum da relva.

- Haverá algum fator que não se esperava que ela fizesse tanto? Por outro lado, Markéta Vondroušová não aguentou a pressão durante a sua defesa...

- Não se trata apenas de Wimbledon, é verdade em geral. Quando não se esperam grandes coisas de alguém, normalmente essa pessoa joga mais relaxada e melhor. E, pelo contrário, as expectativas colocam os jogadores sob pressão, especialmente nos Grand Slams, onde os meios de comunicação social seguem os atuais campeões a cada passo. Vimos isso este ano com Markéta Vondrousova e Bára também passou por uma história semelhante após o seu triunfo em Roland Garros, tendo também caído na primeira ronda no ano seguinte. É sempre mentalmente mais difícil para as favoritas. Não se trata apenas dos nossos próprios nervos e de alguns pensamentos na nossa cabeça, mas também as adversárias jogam sem respeito, estão descontraídas e querem vencer a vencedora.

- Barbora vai defrontar Jelena Rybakina nas meias-finais, que já triunfou em Wimbledon e o torneio é-lhe favorável. Qual poderá ser a chave do sucesso?

- Penso que, nos oitavos de final, a Bára teve um grande teste. Venceu a Jelena Ostapenko, que é um pouco mais baixa, mas tem um estilo de jogo muito semelhante ao da Rybakina. É um jogo rápido, jogado de forma direta e ativa, com um mínimo de trocas. Mas ela venceu-a, por isso sabe que pode jogar com sucesso contra este tipo de jogadoras. Mais uma vez, será importante para ela continuar a ser criativa, para quebrar Rybakina e não deixar que seja ela a jogar. Bára tem as armas e a qualidade para o fazer. 

- A Bára pode também ter guardado forças ao evitar o terceiro set no seu duelo anterior com Ostapenko com um grande break...

- Sem dúvida! Isso também vai dar jeito. O tempo passado em court e o cansaço que lhe está associado podem ter consequências, especialmente quando os jogos se realizam no dia seguinte, como é o caso desta meia-final. Além disso, quando está calor, jogar em relva é muito cansativo. Por isso, é também uma questão de força. Mas na última ou nas últimas rondas não se olha a isso e tenta-se espremer toda a força e energia de si próprio.

- Em relação a Barbora Krejcikova, fala-se também do seu regresso a Katerina Siniakova. É suposto jogarem juntas pelas medalhas olímpicas. Acha que esta equipa pode voltar a funcionar ou vão voltar a separar-se depois de Paris?

- Claro que só as duas sabem isso. Estiveram juntas durante muito tempo e jogaram uma quantidade incrível de jogos agradáveis e criativos. Ganharam sete Grand Slams. Por isso, talvez a química entre elas se tenha desgastado e precisassem de uma pausa uma da outra. Acontece. Talvez elas descubram que sentem falta uma da outra e tentem novamente juntas, mas veremos depois dos Jogos Olímpicos.