Wimbledon: Alcaraz e Djokovic, um duelo geracional na final do torneio
"É um confronto definitivo. Tudo se resume a um jogo. Todas as atenções do mundo do ténis e do desporto estarão viradas para esta final. Será provavelmente o jogo de ténis mais visto a nível mundial", disse Djokovic, que afirma sem vergonha ser o favorito, apesar do risco de "parecer arrogante".
Se para o sérvio pode ser "apenas mais um dia, apenas mais um momento", para Alcaraz será "provavelmente o melhor momento da vida", segundo o espanhol de 20 anos e número um mundial.
"Acho que é mais especial jogar contra uma lenda do nosso desporto. Se eu ganhar, seria incrível para mim, não só ganhar um título de Wimbledon, mas fazê-lo contra Novak seria super especial", acrescentou.
O confronto vai ser titânico, mas há quem acredite nas hipóteses deste líder da nova geração.
"Ele é o melhor jogador de 20 anos que eu já vi. Tem tudo: um jogo incrível, um atleta incrível, uma grande personalidade. É melhor do que Federer nessa idade, melhor do que todos eles", disse a lenda do ténis norte-americano John McEnroe à BBC.
Djokovic, à procura de fazer (ainda) mais história
Aos 36 anos e já com vários recordes destronados pelo caminho, o sérvio quer continuar a fazer história. Espera levantar a oitava Taça de Wimbledon, igualando o recorde de Roger Federer, e conquistar o 24.º título do Grand Slam da carreira, ultrapassando Serena Williams e igualando o recorde de todos os tempos da veterana australiana Margaret Court.
Djokovic conquistou o 23.º troféu de singulares do Grand Slam em Roland Garros, em junho, ultrapassando o arquirrival Rafael Nadal, que não participo no torneio u devido a uma lesão que o manterá afastado durante o resto da época.
Com Federer, de 41 anos, retirado desde outubro e Nadal, de 37 anos, afastado dos courts por enquanto, o sérvio é o único das três grandes lendas do ténis moderno ainda presente em competição.
Djokovic, que é também o jogador com o maior tempo acumulado como número um da história, tem também como objetivo vencer os quatro torneios do Grand Slam no mesmo ano, depois de ter sido coroado no último Open da Austrália e em Roland Garros. Nenhum homem conseguiu este feito desde Rod Laver em 1969. A alemã Steffi Graf fê-lo em 1988, juntando ainda uma medalha de ouro olímpica em Seul.
Uma "festa" do ténis
A relva é uma das superfícies preferidas do atual número dois mundial... e nunca defrontou Alcaraz nesse tapete.
Até há pouco tempo, o jovem espanhol não se sentia à vontade na relva, mas depois de ter ganho o primeiro torneio nesta superfície em Queen's, Alcaraz movimentou-se nos courts de Wimbledon como se o tivesse feito durante toda a vida.
O triunfo em Queen's permitiu-lhe também recuperar o número um do ranking, que Djokovic lhe tinha roubado por breves instantes com a vitória em Paris.
Os dois homens encontraram-se em junho nas meias-finais da terra batida parisiense e Djokovic venceu porque Alcaraz, apesar de já ter um título do Open dos Estados Unidos, foi vítima de fortes cãibras provocadas pelo nervosismo de o defrontar.
Agora, em Londres, "não é altura de ter medo, é preciso ir em frente", disse o espanhol, que aparentemente aprendeu a lição. "Vou lutar" e "acho que o posso vencer aqui", disse, apesar de Djokovic não perder um jogo no Court Central de Wimbledon desde 2013.
Aos 36 anos, o sérvio "gostaria de acreditar" que está a praticar o seu melhor ténis. "Prefiro não olhar para a idade como um fator decisivo", disse, "Os 36 são os novos 26. Sinto-me muito motivado e inspirado para jogar o ténis que adoro (...) enquanto puder", afirmou.
Alcaraz, "está em muito boa forma, está muito motivado, é jovem, tem fome" de vitórias, reconheceu Djokovic. Mas "eu também tenho fome, por isso vamos dar um festival", disse.