Quando Vasco Vilaça deixou Maria Tomé na terceira posição para a derradeira estafeta, a possibilidade de Portugal conquistar a segunda medalha em Paris-2024 foi entrando na cabeça dos adeptos, responsáveis da Missão portuguesa e dos próprios triatletas.
A pequena Maria Tomé – devia chegar ao ombro das quatro triatletas que a sucederam – lutou contra a maré e saiu do segmento de natação na quarta posição, já bastante longe da norte-americana Taylor Knibb.
A jovem lusa aguentou o quarto lugar até à aproximação da francesa Cassandre Beaugrand, campeã olímpica na prova individual, que fez uma enorme recuperação, depois de Pierre La Corre ter caído na primeira estafeta.
A prova, de 300 metros de natação, sete quilómetros de ciclismo e 1.800 metros de corrida, começou mal para Portugal, com uma falsa partida a obrigar Ricardo Batista a parar durante 10 segundos antes de pegar na bicicleta.
Contudo, o sexto classificado da prova individual não se atemorizou por sair em último para o segmento de ciclismo e, no final da primeira volta, já estava quase encostado ao grupo da frente, algo que veio a conseguir antes de entrar na corrida, que terminou na sétima posição.
Seguiu-se Melanie Santos, a mais experiente da equipa, que manteve sempre Portugal dentro dos oito primeiros lugares e chegou mesmo ao quarto lugar no final do segmento de ciclismo, passando o testemunho a Vasco Vilaça na oitava posição.
Depois do quinto lugar na prova individual, que igualou a melhor prestação de um homem português no triatlo (João Pereira no Rio-2016), apenas superado pela prata de Vanessa Fernandes em Pequim-2008, Vasco Vilaça mostrou estar em excelente forma, recuperando logo três lugares na natação.
Sempre na dianteira do grupo perseguidor, em busca do duo da frente, formado pelo britânico Samuel Dickinson e pelo alemão Lasse Luehrs, Vilaça conseguiu colocar Portugal na luta pelas medalhas, deixando Maria Tomé, que foi 11.ª na prova individual, na terceira posição.
Contudo, o pequeno atraso com que saiu da água para Taylor Knibb, especialista no segmento de bicicleta, nunca mais foi recuperado, com Portugal a somar, ainda assim, um excelente quinto lugar na estreia na prova de estafeta mista.
O triatlo português sai de Paris com três diplomas e ainda o 11.º lugar de Maria Tomé, naqueles que são os melhores resultados conjuntos de sempre da modalidade em Jogos Olímpicos.
Ricardo Batista, Melanie Santos, Vasco Vilaça e Maria Tomé completaram a prova em 1:27.08 horas, a 1.29 minutos da Alemanha, que ganhou a prova em 1:25.39, secundada pelos Estados Unidos, prata, e a Grã-Bretanha, bronze, ambos a um segundo.