Em declarações à agência Lusa, a medalha de prata de Pequim-2008 considerou que os resultados “refletem a qualidade dos triatletas que há em Portugal” e frisou que é necessário “apoiá-los" e “motivá-los” para que continuem a evoluir.
“Estou super impressionada, mas conheço o Vasco (Vilaça), vou acompanhando o caminho dele. Desde novo, sempre foi um miúdo muito especial. Há uns anos, começou a mostrar resultados e já sabia que viria a fazer um grande resultado”, lembrou Vanessa Fernandes.
Sobre Ricardo Batista, a antiga triatleta admitiu que “não o conhecia tão bem”, mas lembrou que tem mostrado “resultados” e que, desde que o viu em ação “numa prova em Peniche”, conseguiu, desde logo, reconhecer “a qualidade do atleta que estava ali a competir”.
“Estamos a falar de uns Jogos Olímpicos e é bom que se tenha a consciência de que estamos a olhar para dois atletas de imensa qualidade, talento, e que podem vir a conseguir grandes resultados”, destacou Vanessa.
As prestações de Vilaça e Batista, de resto, mostram que “é possível termos campeões do mundo e medalhados olímpicos em Portugal” nos próximos anos, “se soubermos fazer com eles um bom trabalho, de forma organizada e sustentada”.
“O mesmo se aplica à Maria Tomé (11.ª classificada na prova feminina), que fez um resultado fenomenal, uma prova muito boa mesmo. À Melanie Santos (45.ª classificada), as coisas não lhe correram bem. Está desiludida e frustrada, mas não é por causa disso que o valor dela será questionado. Será sempre uma atleta de grande valor, que irá sempre confrontar os lugares da frente”, comentou.
De volta à prova masculina, e confrontada pela agência Lusa com palavras de Vasco Vilaça, que disse à RTP que os atletas portugueses estão “a continuar a história que ela começou a escrever há tantos anos”, Vanessa Fernandes respondeu que, para “além de ser um grande atleta”, Vasco Vilaça “é um miúdo incrível, com uma educação e um (saber) estar espetaculares”.
“Ter um jovem com essa consciência de olhar para trás e também em frente, para seguir um legado, dá-me arrepios. É incrível como é um jovem a trazer essas palavras tão fortes, verdadeiras, muito mais do que (se fosse) uma instituição a fazê-lo”, concluiu Vanessa Fernandes.
Os triatletas portugueses Vasco Vilaça e Ricardo Batista ficaram hoje a segundos do bronze no triatlo dos Jogos Olímpicos Paris-2024, fazendo da corrida o seu trunfo para conquistarem dois diplomas para Portugal (posições até ao oitavo lugar).
Vilaça foi quinto, a 23 segundos do britânico Alex Yee, vencedor em 1:43.33 horas, com Batista a chegar logo atrás, dois segundos depois do seu compatriota.
Os dois estreantes portugueses, que ficaram a 13 e 15 segundos, respetivamente, do medalha de bronze, o francês Léo Bergere, ajudaram a escrever uma nova jornada feliz para o triatlo nacional, que esta quarta-feira também celebrou o 11.º lugar da Maria Tomé na prova feminina, onde Melanie Santos concluiu no 45.º.