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Tribunal obriga FPF a mostrar contrato de Fernando Santos, organismo vai recorrer

LUSA
Fernando Gomes, presidente da FPF, com Fernando Santos, antigo selecionador nacional
Fernando Gomes, presidente da FPF, com Fernando Santos, antigo selecionador nacionalFPF
O Tribunal Administrativo e Fiscal de Sintra (TAFS) obrigou a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) a divulgar, entre outros documentos, os contratos com o anterior selecionador Fernando Santos, decisão da qual o organismo vai recorrer.

A decisão do TAFS surge após um pedido de jornalistas do Expresso, com fonte da FPF a referir à agência Lusa que o organismo vai recorrer para o Tribunal Central Administrativo Sul (TCAS).

De acordo com a decisão do tribunal, ao qual a agência Lusa teve acesso, o TAFS diz que foram "parcialmente procedentes os pedidos de acesso formulados" por três jornalistas do semanário, pelo que a FPF terá de disponibilizar, num espaço de 10 dias, alguma da documentação requerida.

A FPF terá de ceder "todos os contratos de trabalho e/ou contratos de prestação de serviços assinados entre a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e Fernando Santos, desde 2014, incluindo respetivas adendas e aditamentos".

Os requerentes pediram ainda acesso aos "contratos de trabalho e/ou contratos de prestação de serviços assinados desde 2011 entre a FPF e todos os seus membros da sua direção", assim como "todos os contratos de prestação de serviços assinados entre a FPF e sociedades" de que Fernando Santos e elementos da direção "fossem ou sejam sócios, acionistas e/ou beneficiários efetivos".

Sobre este pedido, o TAFS decidiu que a FPF deve "possibilitar o acesso a quaisquer documentos existentes, desde que tenham questões financeiras inerentes ao exercício de funções dos membros da direção ou com empresas de que sejam sócios, acionistas e/ou beneficiários efetivos".

Em causa está a alegada utilização indevida de empresas unipessoais para processamento de rendimentos de trabalho, um mecanismo utilizado com o propósito de pagar menos impostos.

Em 10 de maio, numa audição da Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto da Assembleia da República, o presidente da FPF, Fernando Gomes reafirmou que o organismo “não tem nenhuma contingência fiscal”.

“O contrato de Fernando Santos é público. Em função desta situação, a nossa decisão, enquanto não houver uma decisão definitiva, o contrato com (o atual selecionador) Roberto Martínez é um contrato de trabalho puro e simples. Esta informação também já foi tornada pública”, esclareceu.