Turquel quer destronar Benfica na época de regresso no feminino ao hóquei em patins
“Ser campeã pelo Turquel seria colocar a cereja no topo do bolo, mas uma bela cereja...” atirou Rita Lopes, à agência Lusa, perspetivando a final, disputada à melhor de três jogos e que se inicia no domingo, às 16:00, na referida localidade do concelho de Alcobaça.
A turquelense, que esta época já superou a meia centena de golos, atira o “favoritismo” para o lado ‘encarnado’, mas acredita que a sua equipa tem uma palavra a dizer.
"Chegar a uma fase final do campeonato com a equipa que temos, com uma grande diversidade de idades e com tão poucas atletas... já coroámos e já honrámos bastante os pergaminhos do Turquel, mas queremos mais", sublinhou.
E, para isso, o apoio da massa associativa será determinante.
"Costuma dizer-se que quem passa na aldeia (Turquel), tem sempre muitas dificuldades, e o facto de jogarmos o primeiro jogo em nossa casa pode ser muito importante para o que vai acontecer nesta final", antecipou.
Na presente época, o confronto direto é favorável às ‘águias’ – venceram três jogos e empataram o outro –, mas, para a antiga internacional portuguesa, os resultados não terão influência na forma como vão encarar a partida.
O primeiro deles, referente à primeira jornada do campeonato e em que as equipas empataram a três bolas, poderá ser até uma motivação extra.
"Ninguém esperava aquele empate e isso foi muito motivador, até porque somos todas amadoras e a equipa do Benfica é quase profissional. Temos todas os nossos trabalhos e chegamos ao fim do dia e ainda vamos treinar", refletiu a turquelense sobre o facto de terem sido a única equipa, a nível nacional, a retirar pontos ao Benfica na presente época.
Apesar de ainda não ter ganho ao Benfica em 2022/23, na memória de Rita Lopes está também a temporada 2011/12, em que foi uma das duas jogadoras do atual plantel (a outra foi a irmã gémea, Rute) a festejar o título feminino pelo emblema do concelho de Alcobaça.
O Turquel foi mesmo o último clube a erguer o cetro nacional antes de o Benfica iniciar uma década de hegemonia.
"Ter sido campeã em Turquel antes da hegemonia do Benfica e poder ser responsável pela queda dessa mesma hegemonia é sempre especial", analisou a atleta que regressou ao clube no início da temporada, uma década depois.
Mas a final do campeonato acarreta também algum sentimentalismo para a goleadora, de 28 anos, uma vez que contribuiu para seis dos nove títulos ‘encarnados’, entre 2013 e 2019.
“É sempre especial jogar contra uma ex-equipa, mas estou no clube da minha terra, onde cresci e me tornei jogadora, e, por isso, não há sentimento mais especial do que esse”, explicou Rita Lopes, que depois rumaria ao Sporting, onde alinhou nas últimas três temporadas antes de decidir regressar ao ‘berço’.
E se no grupo há a forte convicção de que é possível conquistar o título, no banco o cenário é idêntico.
“Estamos confiantes. Chegar à final do campeonato nacional após o recomeço da nossa secção... Só temos de estar orgulhosos pelo que fizemos até agora”, afirmou o técnico.
Nélson Lourenço deixa fortes elogios à formação adversária, mas garante que as suas atletas tudo farão para atingir o título.
“Mesmo com as nossas limitações, com as diferenças de poderio financeiro, somos sempre um candidato a vencer a prova”, atirou, conferindo “alguma superioridade" à turma liderada por Paulo Almeida.
Para chegar aos duelos decisivos, o Turquel terminou a primeira e a segunda fase do campeonato na segunda posição, deixando depois pelo caminho a formação da Académica e do Clube Académico da Feira, sendo que, em ambas as eliminatórias, apenas precisou de dois jogos para seguir em frente.
O Benfica, por seu turno, venceu as duas primeiras fases do campeonato nacional, eliminando depois o Sporting e o Stuart Massamá, precisando, também, apenas de duas partidas.
Sobre a preparação para a final, o técnico do Turquel admitiu que todos os fatores serviram de motivação.
"O facto de estarmos na final, de sermos o último campeão antes do Benfica, o facto de termos atletas que já foram campeãs nacionais e outras que nunca o conseguiram ser, mas que já disputaram finais", elencou, reforçando que a equipa tem de acreditar, sobretudo, "na força enquanto grupo".
O segundo jogo da final do campeonato está marcado para o dia 3 de junho (15:00), na ‘casa’ das campeãs em título, e, caso seja preciso recorrer à ‘negra’, a partida jogar-se-á no dia 4, novamente em Lisboa, às 11:00.