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Ucrânia boicota Mundiais de judo em protesto contra presença de russos e bielorrussos

A federação com sede em Kiev lembrou que “mais de 250 atletas ucranianos morreram a defender o seu país, entre os quais vários judocas”
A federação com sede em Kiev lembrou que “mais de 250 atletas ucranianos morreram a defender o seu país, entre os quais vários judocas”AFP
A Federação Ucraniana de Judo vai boicotar os Mundiais de 2023, relevantes para a qualificação olímpica para Paris-2024, em protesto contra a decisão da federação internacional de autorizar o regresso à competição de atletas russos e bielorrussos.

O organismo federativo ucraniano observou que “a maioria da equipa russa é composta por judocas que estão a combater na guerra como soldados da Federação Russa”, na sequência da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, com apoio da Bielorrússia.

“Consideramos que esta decisão (da Federação Internacional de Judo) contraria as mais recentes recomendações do Comité Olímpico Internacional, segundo as quais o estatuto de atleta neutro só pode ser concedido a quem não intervenha no conflito”, advertiram os responsáveis ucranianos.

A federação com sede em Kiev lembrou que “mais de 250 atletas ucranianos morreram a defender o seu país, entre os quais vários judocas”, alegando que não encontra “neutralidade e igualdade de tratamento” na decisão anunciada no sábado pela IJF.

O organismo internacional divulgou uma resolução que permite a atletas russos e bielorrussos regressar, como neutros, a tempo dos próximos campeonatos do Mundo, em Doha, de 07 a 14 de maio, que destacam como atribuindo “pontos significativos na qualificação”, que arrancou já em junho de 2022.

A decisão garante “participação justa” e “oportunidades por igual” sem discriminar “quem persegue o sonho olímpico”, assentando a decisão nas bases dadas pelo Comité Olímpico Internacional (COI) e na noção das Nações Unidas, que “apoia a ideia de que todos devem poder participar no desporto”, citando uma resolução de 2019 deste organismo mundial.

O COI permitiu, em março, que atletas russos e bielorrussos voltassem à prática competitiva internacional, sob condições apertadas de neutralidade, sem terem apoiado a guerra ou estarem inscritos nas forças militares, deixando aberto a cada federação internacional a decisão sobre de que forma se processaria esse regresso.

No caso da IJF, foram feitas “verificações por uma empresa independente” quanto ao passado de todos os atletas que se propõem a participar nos Mundiais, incluindo publicações nas redes sociais, e só aqueles que passarem essa confirmação poderão participar em eventos mundiais.

“A IJF é uma organização inclusiva e fundada em valores, dedicada a promover e proteger o judo enquanto forma pacífica de respeitar os direitos humanos e promover a unidade internacional, a amizade e a paz”, pode ler-se na resolução.

Até aqui, o judo tinha sido das poucas modalidades olímpicas a não seguir imediatamente as recomendações do COI de 2022, quanto à invasão da Ucrânia pela Rússia, permitindo-lhes competir sob bandeira neutra.

A Ucrânia boicotou vários eventos e já tinha ameaçado fazer o mesmo nos Mundiais desse ano, o que levou a IJF a recuar, banindo judocas daqueles países até janeiro deste ano.

Agora, essa questão é levantada, o que já aconteceu também no tiro com arco, esgrima, pentatlo moderno, skate, ténis de mesa, taekwondo, triatlo e luta livre, ao contrário do atletismo, badminton, basquetebol, equestre, escalada e surf, que mantiveram a suspensão.

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