Ucrânia critica Samaranch Jr., candidato ao COI, por defender regresso russo
“Demonstra que o vice-presidente do COI não está ciente da agressão russa ou o seu desejo de justificar o agressor, o que é incompatível com a aspiração a liderar o Comité Olímpico Internacional”, acusou o governo ucraniano.
A incredulidade foi partilhada, em comunicado, pelo ministro do Desporto, Matviy Bidnyi, e pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Andrii Sybiga, após o filho do antigo presidente do COI ter dito a semana passada que a instituição devia trabalhar “arduamente” para acabar com a suspensão da Rússia, assim que Moscovo voltar a obedecer às regras que levaram à sua exclusão.
“No momento em que as razões para a suspensão e o não reconhecimento desaparecem, temos a obrigação de começar a trabalhar arduamente para a trazer (à Rússia) de volta", disse o candidato.
Os ucranianos entendem que o dirigente não só mostrou “falta de consideração” pelo seu país, mas também pelos “princípios fundamentais” da Carta Olímpica, considerando que o desejo manifestado pelo espanhol é “categoricamente inaceitável e ultrajante”.
Na nota oficial é recordado que a exclusão da Rússia dos eventos desportivos internacionais teve como motivo a invasão da Ucrânia, onde o país agressor está a cometer “atrocidades nunca vistas na Europa desde a II Guerra Mundial”.
“Neste momento, as razões para estas ações não mudaram: a Rússia não pôs fim à sua agressão ou às suas atrocidades”, justificam os governantes, recordando que 500 atletas e treinadores ucranianos morreram até agora no conflito.
Ambos os ministros pedem ao COI e aos seus membros que “permaneçam fiéis aos valores olímpicos” e assim evitem o regresso de russos e bielorrussos aos eventos internacionais enquanto persistir e guerra.
Juan Antonio Samaranch Jr., de 64 anos, filho do pai homónimo que liderou o COI entre 1980 e 2001, é um dos sete candidatos que disputam a sucessão do atual líder do COI, o alemão Thomas Bach.