Se existe posição em que Portugal se pode dar por satisfeito com a profundidade da equipa é no lado direito da defesa. Titulares nos dois rivais de Manchester, João Cancelo e Diogo Dalot chegam ao Campeonato do Mundo depois de uma boa primeira metade de época na Premier League e ambos preparados para disputar o primeiro Mundial da carreira.
À entrada para a competição, João Cancelo reunia algum consenso como o titular depois de ter feito cinco assistências e dois golos em 21 jogos ao serviço do Manchester City onde tem deslumbrado quer à esquerda e à direita. Contudo, o momento de forma nos citizens não se parece traduzir na Seleção Nacional. Titular nos três jogos (com a Coreia do Sul jogou à esquerda), o jogador de 28 anos ainda não teve participação direta em nenhum dos seis golos marcados, mas têm-se destacado na vertente defensiva.
A chegada de Erik Ten Hag significou a afirmação de Diogo Dalot no Manchester United. O português de 23 anos deixou para trás a concorrência de Wan-Bissaka e chega ao Mundial-2022 com um golo e uma assistência em 20 jogos pelos red devils. Chegou ao Catar como o suplente de Cancelo, teve oportunidade diante da Coreia do Sul e acabou por estar em destaque. Pese embora a derrota (1-2), ofereceu o golo a Ricardo Horta e mostrou-se sempre muito perigoso nas arrancadas pelo lado direito, por onde Portugal conseguiu criar perigo. Lançou assim a discussão sobre uma potencial entrada no onze diante da Suíça.
Versatilidade pode ser solução
A entrada de Diogo Dalot para o onze de Portugal não tem necessariamente de significar a saída de João Cancelo. Uma característica que estes dois laterais partilham é a versatilidade para fazer as duas faixas mais defensivas.
De resto esta foi uma solução utilizada por Fernando Santos diante da Coreia do Sul. Os problemas físicos de Nuno Mendes, teórico titular no lado esquerdo, abriram espaço à utilização de Raphael Guerreiro. Contudo, o jogador do Dortmund foi poupado no duelo com os asiáticos, e João Cancelo assumiu a lateral-esquerda, dando provas que consegue também dar profundidade por esse flanco, pisando terrenos semelhantes ao que faz no lado direito.
Cabe agora a Fernando Santos tomar a decisão no decisivo duelo desta terça-feira (19 horas) que pode significar a passagem aos quartos de final pela terceira vez na história da Seleção Nacional.