Uma seleção de craques que se despedem do Mundial no Catar
O Flashscore montou uma seleção com os craques que viveram - ou ainda vivem - o seu último Mundial. Alguns dos casos não estão oficialmente confirmados, mas foi tida em consideração a idade e/ou o nível atual dos jogadores em questão.
Guarda-Redes: Manuel Neuer (Alemanha)
Neuer descartou retirar-se da seleção alemã depois de mais uma eliminação na fase de grupos do Campeonato do Mundo, mas já terá 40 anos na edição de 2026. Para um guarda-redes do seu nível, disputar o torneio com essa idade não seria chocante, mas o Euro-2024, em casa, deve marcar o ponto final da sua brilhante carreira pela Mannschaft.Peça fundamental no título mundial de 2014, no Brasil, Neuer ainda detém o recorde de guarda-redes com mais jogos em Mundiais (19). Contudo, a distinção é, para já, dividida com Hugo Lloris, que deverá assumir a liderança ao entrar em campo na final de domingo.
Lateral-direito: Daniel Alves (Brasil)
A convocatória de Daniel Alves foi uma das grandes surpresas antes do Mundial-2022, no Catar, e ajuda a completara defesa desta seleção. Aos 39 anos, tornou-se no jogador mais velho a entrar em campo pelo Brasil na competição, mas, apesar de ser o atleta com mais conquistas da história do futebol, despediu-se sem o título mais importante de todos.
Indiscutível nos clubes por onde passou, Daniel Alves foi um dos grandes jogadores do passado recente e o seu nome surge em qualquer lista dos maiores laterais da história. Contudo, no Campeonato do Mundo ficou longe de ter o mesmo sucesso. Improvisado no meio-campo em 2010 e barrado com o Brasil nas fases a eliminar em 2014, o defesa perdeu a edição de 2018 por lesão e, no Catar, voltou a não conseguir cumprir o sonho de levantar a tão ambicionada taça.
Defesa-central: Pepe (Portugal)
Pepe protagonizou um dos grandes casos de superação nos últimos anos. Aos 39 anos, conseguiu afastar-se da fama de jogador duro e provou ser um dos melhores - e de maior sucesso - defesas da sua geração, com quatro Mundiais disputados. O seu desempenho no Catar, inclusive, invejou muitos jovens jogadores que o olham como exemplo. A expulsão contra a Alemanha, no Campeonato do Mundo de 2014, foi uma das últimas da sua carreira e revelou-se crucial por ter marcado um ponto de viragem.
Defesa-central: Thiago Silva (Brasil)
À semelhança de Pepe, Thiago Silva também deu a volta por cima. Depois de um Mundial de 2014 trágica, com as críticas pelo choro contra o Chile e a ausência por suspensão na goleada sofrida diante da Alemanha (7-1), o defesa mostrou um nível fantástico em 2018 e 2022, principalmente se for tida em conta a idade. Aos 38 anos, Thiago Silva ainda atinge o seu auge quando veste a camisa da seleção brasileira e sua ausência certamente será sentida nos próximos anos.
Lateral-esquerdo: Jordi Alba (Espanha)
Alba foi titular nas campanhas dececionantes da Espanha nos últimos Mundiais, mas deixou a sua marca no Euro-2012 e estará certamente entre os melhores laterais do século 21. Mesmo sem ter participado no título de 2010, Alba fez por merecer um lugar nesta seleção, sobretudo pelo histórico que apresenta. Apesar de contar ainda 33 anos e de ser mais novo que os atletas mencionados anteriormente, o seu nível já não é o mesmo e uma convocatória para 2026 parece difícil.
Médio-defensivo: Sergio Busquets (Espanha)
Único representante da geração campeã em 2010, Busquets, atualmente com 34 anos, marcou uma era na seleção espanhola e no Barcelona. O médio manteve-se em alta após os anos do auge do trio com Xavi e Iniesta, e só não foi titular num jogo dos quatro Mundiais que disputou — em 2014, quando a Espanha já estava eliminada. O caso dele é semelhante ao de Alba: embora não tenha idade tão avançada, a sua carreira parece entrar numa fase em que vai perder espaço nos eleitos.
Médio: Luka Modric (Croácia)
Um segundo lugar, uma disputa de um terceiro posto e um prémio de melhor jogador da competição. Tudo isso em representação de uma seleção que tinha pouca tradição. O currículo do génio croata dispensa apresentações e o seu nome ficará para sempre marcado na história dos Campeonatos do Mundo. Modric, hoje com 37 anos, foi o grande líder de uma geração que desafiou a lógica e enfrentou apuramnetos dramáticos, com vários prolongamentos e penáltis pelo meio.O médio conseguiu deixar um legado, mesmo com a ausência da Croácia do Mundial de 2010. Depois de ter sido suplente em 2006 e ter caído com a seleção na fase de grupos em 2014, Modric brilhou depois dos 30 anos, à semelhança do que aconteceu no contexto de clubes, pelo Real Madrid. A final escapou no Catar, mas o triunfo diante do Brasil, com uma fantástica exibição individual, marcou uma despedida em grande estilo.
Médio-ofensivo: Thomas Muller (Alemanha)
O alemão pode ficar a dever em técnica quando comparado com os restantes elementos desta seleção, mas, entre todos, talvez seja o jogador com maior sucesso em Mundiais, já que, à semelhança de Neuer, é figura crucial de uma geração histórica.
Melhor marcador do torneio em 2010 e maior goleador da sua seleção no título conquistado em 2014, Muller chegou a despontar como forte candidato a bater o recorde do compatriota Miroslav Klose no topo do ranking histórico do Mundial. No entanto, as eliminações precoces da Alemanha em 2018 e 2022 impediram o sonho e o jogador falou em tom de despedida após o desaire no Catar, que definiu como "catástrofe".
Avançado: Lionel Messi (Argentina)
Depois de cinco edições disputadas e 11 golos marcados, aquele que é um dos maiores jogadores de todos os tempos pode escrever neste domingo o principal capítulo da sua história com a Argentina, precisamente no último ato. A mobilização de adeptos e jogadores da seleção em torno do craque ganhou ares de epopeia depois de ele confirmar que esta é, de facto, sua última dança no Campeonato do Mundo. Mesmo que a Argentina não vença, Messi já terá feito história ao tornar-se no jogador com mais encontros disputados na história do torneio, já que chegará aos 26. Agora, vai em busca do troféu que escapou no prolongamento contra a Alemanha em 2014.
Avançado: Luis Suárez (Uruguai)
Poucos viveram tão intensamente o Campeonato do Mundo quanto Luisito. Dos golos decisivos à defesa com a mão que salvou o Uruguai contra o Gana, passando pela mordidela em Giorgio Chiellini, Suárez protagonizou alguns dos momentos mais marcantes da história do torneio. O avançado ficou de fora em jogos cruciais por suspensões (meia-final em 2010 e oitavos em 2014), mas é um dos principais responsáveis pelo regresso da seleção uruguaia ao grupo das grandes.
Avançado: Cristiano Ronaldo (Portugal)
Por último, mas não menos importante, Ronaldo experienciou uma despedida sofrida do Mundial. O craque português ainda não abdicou da seleção nacional, mas já afirmou que pretende jogar futebol até os 40, ou seja, um ano antes do Mundial de 2026. O choro após a eliminação diante de Marrocos representou a frustração de um ícone que não conseguiu o título mais desejado por todos.
Apesar de não o ter conquistado, Cristiano Ronaldo fez história ao tornar-se no primeiro jogador a marcar em cinco Mundiais diferentes. Foram oito os tentos desde a estreia, em 2006. Além disso, é o melhor marcador do futebol de seleções de todos os tempos, com 118 golos, recorde que deve perdurar por várias décadas.