Veteranas de dardos neerlandesas demitem-se por causa de companheira de equipa transexual
No sábado ,Anca Zijlstra e Aileen de Graaf disseram que se estavam a despedir, porque já não queriam representar os Países Baixos, ao lado de Noa-Lynn van Leuven.
Zijlstra e De Graaf "informaram a Associação Neerlandesa de Dardos (NDB) que já não queriam ser consideradas para a seleção nacional", disse a NDB em comunicado.
"A razão é que não querem jogar na equipa neerlandesa com uma pessoa transgénero. A NDB lamenta esta decisão de Aileen e Anca", declarou a federação.
A NDB defendeu Van Leuven, a atual número seis do mundo feminino, dizendo que era "do nosso conhecimento que ela completou a sua transição de homem para mulher e que a sua identidade de género é feminina".
"Ela preenche todos os requisitos e, portanto, de acordo com uma diretiva sobre género e pessoas com diversidade sexual, é elegível para jogar na categoria feminina", disse a NDB.
Zijlstra, que ocupa atualmente o 12.º lugar no ranking da Federação Mundial de Dardos, afirmou no sábado, numa publicação no Facebook, que a decisão de desistir foi tomada "com dor no coração".
Mas "no momento em que se tem vergonha de jogar pela equipa neerlandesa, porque um homem biológico joga pela equipa feminina, é altura de partir".
"Acredito que no desporto deve haver um campo de jogo igual e justo, que deve ser usado e aceite de boa fé", disse Zijlstra.
A número dois mundial, De Graaf, expressou sentimentos semelhantes.
Van Leuven ganhou na semana passada o seu primeiro grande evento durante o Challenge Tour na Alemanha, e este fim de semana ganhou o seu primeiro título na PDC Women's Series em Wigan, no norte de Inglaterra.
A emoção "consumiu muita da minha energia", afirmou à estação pública NOS.
"Não sinto necessidade de me alongar mais sobre o assunto. Esta foi a escolha deles e não a minha", disse.
"A única coisa triste nesta questão é que muitas pessoas se esquecem que eu também sou um ser humano", disse Van Leuven.
A NDB agradeceu a Zijlstra e De Graaf pelos seus "anos de dedicação à equipa neerlandesa" mas acrescentou: "Defendemos um desporto em que todos se sintam em casa e em que todos possam participar."
"Não importa a origem, a preferência política, o género, a orientação sexual, a raça ou a religião", acrescentou a NDB.
Os dardos são muito populares nos Países Baixos, tanto a nível amador como a nível profissional, com jogadores como Raymond van Barneveld e Michael van Gerwen a serem considerados lendas do jogo.