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Vitória inglória e com sabor amargo da Tunísia (1-0) diante da campeão mundial França

Pedro Fernandes
Tunísia fez por merecer o triunfo diante da França, mas fica pelo caminho no Mundial-2022
Tunísia fez por merecer o triunfo diante da França, mas fica pelo caminho no Mundial-2022AFP
O conjunto africano chegou ao estádio Education City em busca da terceira vitória em Campeonatos do Mundo e da vaga possibilidade de um inédito apuramento para os oitavos-de-final do Mundial-2022, enquanto os gauleses, já qualificados, procuravam confirmar o primeiro lugar. Tunísia surpreendeu e, com exibição personalizada, fez por merecer um triunfo que se revelou insuficiente para o sonho da passagem à fase seguinte.

Para se qualificar,a Tunísia sabia que tinha de vencer e esperar que o encontro entre Austrália e Dinamarca terminasse empatado. Em caso de triunfo dos australianos, a Tunísia ficaria automaticamente eliminada, e caso os dinamarqueses ganhassem, os tunisinos teriam de vencer por uma margem superior.

Tendo em conta todo este contexto, foi natural a "revolução" operada por Didier Deschamps no onze da França, com nove alterações em relação ao duelo contra a Dinamarca, incluíndo a estreia absoluta de Axel Disasi, defesa do Mónaco que fez o primeiro jogo pela seleção. Em comparação com o jogo anterior, só Raphael Varane e Aurelién Tchouaméni se mantiveram na equipa.

Do lado tunisino, Jalel Kadri foi mais contido, mas, mesmo assim, promoveu seis alterações, mantendo apenas o guarda-redes Aymen Dahmen, os defesas Nader GhandriMontassar Talbi, e os médios Aissa Laidouni e Ellyes Skhiri.

Os onzes de Tunísia e França
Os onzes de Tunísia e FrançaFlashscore

E, mesmo assim, foi a Tunísia que se mostrou melhor numa fase inicial do encontro. Agressiva e pressionante, a formação africana chegou ao golo aos 8 minutos, num desvio de Ghandri após livre lateral, mas o lance foi invalidado por posição irregular do defesa.

Os gauleses mostravam dificuldades e ideias parcas, contexto facilmente justificado pelas muitas mexidas e pela falta de automatismos da equipa. Tanto que só aos 25 minutos respondeu, numa transição rápida que terminou com remate desviado de Kingsley Coman, servido por Youssouf Fofana.

O jogo equilibrou, mas sempre com sinal mais para a Tunísia, que voltou a visar a baliza gaulesa ao minuto 35, com um remate de Wahbi Khazri, em zona central, para defesa apertada e de recurso de Steve Mandanda.

Bem organizados, os tunisinos mantiveram o ímpeto até ao intervalo, diante de um França de quem se esperaria mais, mesmo tendo em conta a rotatividade apresentada, já que a capacidade ofensiva revelada foi quase nula durante a primeira metade.

A Tunísia foi mais pressionante e perigosa durante toda a primeira parte
A Tunísia foi mais pressionante e perigosa durante toda a primeira parteOpta by Stats Perform

O descanso parecia vir em boa altura para os franceses, mas a segunda metade arrancou com o mesmo desígnio. Ainda que com os comandados de Deschamps mais subidos no terreno, foi a Tunísia quem voltou a criar perigo, logo aos 50 minutos, com Laidouni a ganhar posição a Disasi, mas a rematar ligeiramente por cima.

E a verdade é que a seleção africana tanto ameaçou, que acabou mesmo por marcar. Com 58 minutos jogados, Laidouni deu sequência a uma recuperação de bola a meio campo e assistiu Khazri, que, com uma arrancada excelente, encarou Varane, deixou-o para trás e abriu o marcador perante a pressão de Disasi.

Momento do golo de Wahbi Khazri, que deu vantagem à Tunísia
Momento do golo de Wahbi Khazri, que deu vantagem à TunísiaAFP

A Tunísia reforçava, assim, a esperança num inédito apuramento para as fases a eliminar do Mundial-2022, mas os festejos duraram apenas um minuto, por influência do que ia acontecendo no estádio Al Janoub, onde, logo de seguida, a Austrália colocou-se em vantagem diante da Dinamarca, recuperando o segundo lugar do grupo D.

Deschamps viu-se obrigado a ir ao banco e chamou a jogo os habituais titulares. Kylian MbappéAdrien Rabiot foram os primeiros, acompanhados por William Saliba, e seguiram-se Antoine Griezmann e Ousmane Dembélé, mas nem assim a França conseguia criar perigo. E, se provas disso faltassem, a estatística tratou de o demonstrar, já que o primeiro remate dos gauleses enquadrado com a baliza contrária saiu dos pés de Dembélé quando já estavam jogados mais de 80 minutos.

Tardou, mas o conjunto europeu lá acordou. Minutos depois foi Mbappé a testar a atenção Dahmen, antes da primeira grande oportunidade de golo, com um forte remate de Randal Kolo Muani, que pasou ligeiramente ao lado, após boa combinação entre Mbappé e Griezmann.

A pressão francesa ia surtindo efeito e, a terminar, Griezmann chegou mesmo a festejar o empate, num lance de insistência que culminou com um remate já dentro da grande área. Contudo, alertado pelo VAR, o árbitro australiano Matthew Conger foi ver as imagens e invalidou o lance por fora de jogo do avançado do Atlético de Madrid, terminando o encontro pouco depois com a confirmação de um triunfo amargo da Tunísia, que fica pelo caminho no Mundial-2022.

As estatísticas finais do encontro entre Tunísia e França
As estatísticas finais do encontro entre Tunísia e FrançaOpta by Stats Perform

Homem do jogo Flashscore: Aissa Laidouni (Tunísia).

Aissa Laidouni foi um dos baluartes da Tunísia diante da França
Aissa Laidouni foi um dos baluartes da Tunísia diante da FrançaOpta by Stats Perform, AFP