Steven van de Velde, nomeado no mês passado para a equipa neerlandesa de Paris, foi condenado a quatro anos de prisão na Grã-Bretanha em 2016, na sequência da violação de uma menina de 12 anos, dois anos antes, quando tinha 19 anos.
Depois de ter cumprido parte da sua pena nesse país, foi transferido para os Países Baixos e a sua sentença ficou sujeita às regras da lei neerlandesa.
Van de Velde voltou a competir no voleibol de praia desde 2017 e estará em ação em Paris no domingo, na fase preliminar masculina.
"Caracterizar a situação como confortável e feliz não seria correto", disse o porta-voz do COI, Mark Adams, numa conferência de imprensa, quando questionado se o COI estava confortável com a situação de Van de Velde competir nos Jogos Olímpicos.
"Deixámos claro que temos mantido longas conversações com o Comité Olímpico Nacional neerlandês. Ocorreu um crime há 10 anos, houve um grande esforço de reabilitação e existe uma forte proteção", afirmou.
"O atleta nem sequer está alojado na aldeia. Consideramos que o Comité Olímpico Nacional explicou a sua decisão. Confortáveis e felizes, caracterizem-na como quiserem, mas a declaração que nos deram é correta e vamos continuar com a situação tal como está", continuou.
A equipa neerlandesa tomou medidas para atenuar o impacto da participação de Van de Velde, transferindo-o para um alojamento alternativo em Paris e não para a aldeia olímpica. Foi-lhe também imposta uma proibição de falar com os meios de comunicação social.
A sua seleção irritou os grupos de defesa dos direitos das mulheres e dos desportistas, que afirmaram que a decisão neerlandesa de incluir Van de Velde estava a enviar uma mensagem errada.
Embora a seleção dos atletas para os Jogos Olímpicos seja da responsabilidade de cada comité olímpico nacional, o COI tem o direito de rescindir as acreditações de atletas, equipas técnicas ou dirigentes.
Os Jogos Olímpicos são um evento por convite, com o COI a enviar convites a todos os participantes.