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Paris-2024: Wilfredo Leon, prodígio do voleibol cubano, procura o ouro com a Polónia

A história de Wilfredo León é singular
A história de Wilfredo León é singularAFP
O prodígio cubano do voleibol, Wilfredo Leon, agora uma arma letal da Polónia, com o seu serviço de ponta, procura o ouro olímpico com a equipa europeia, que vai defrontar a Eslovénia nos quartos de final, na segunda-feira, o único título que falta no seu currículo.

Tetracampeão da Liga dos Campeões, vice-campeão mundial em 2010 (com Cuba) e campeão europeu em 2023 (Polónia), Wilfredo Leon ainda não subiu ao pódio olímpico.

"O meu objetivo é a medalha de ouro, é sempre preciso aspirar à vitória e trabalhar muito para a conseguir", disse à AFP.

"Às vezes conseguimos, às vezes não, mas o objetivo é só um: temos sempre de tentar chegar ao ouro", assumiu.

Se o conseguir fazer em Paris, pouco depois de apagar as 31 velas, o recetor, um dos melhores jogadores do mundo, capaz de ganhar um jogo quase sozinho com o seu serviço, irá "imediatamente mostrar" a sua medalha às crianças do clube Angels, em Torun, no norte da Polónia, cidade natal da sua mulher.

"É importante que eles saibam que quanto mais trabalharem, mais hipóteses têm de ganhar esta medalha", disse Leon, que se junta por um momento aos jovens voleibolistas da academia que fundou há três anos e que tem o seu nome.

"Queria que eles fizessem o que eu fiz quando era criança em Cuba, que entendessem que é um desporto de equipa, que têm de comunicar uns com os outros e não pensar apenas em si próprios", explicou.

Leon começou a jogar voleibol por instigação da mãe, uma antiga jogadora, que queria canalizar a energia excessiva do filho e mantê-lo afastado dos perigos da rua e do ecrã da televisão.

"A primeira vez que joguei, tinha oito anos (...) O meu primeiro campo era todo em cimento, o sol brilhava a toda a hora, jogávamos sem óculos, às vezes sem sapatos", recordou.

"No início não sabia se me ia tornar num jogador profissional, só queria gastar a minha energia", acrescentou a estrela de 2,01 metrios.

Aos 14 anos, o menino prodígio entrou para a seleção cubana, tornando-se o capitão mais jovem da história, três anos depois.

Uma entrevista que nunca aconteceu

Em 2011, Leon conheceu pela Internet uma jovem polaca, Malgorzata Gronkowska.

"Eu queria fazer uma entrevista com a estrela do voleibol, mas acabou por não acontecer porque começámos a falar de outras coisas mais privadas", contou à AFP.

Só se voltaram a encontrar alguns meses mais tarde, na final da Liga Mundial de 2011, em Gdansk, no norte da Polónia.

Cinco anos depois, casaram-se. Atualmente, têm três filhos.

Entretanto, Leon deixou Cuba para jogar na Rússia, no Kazan, com o qual ganhou quatro títulos da Liga dos Campeões, depois no Catar e em Itália, no Perugia, onde se tornou o jogador mais bem pago do mundo (1,5 milhões de euros por ano quando o seu contrato for prolongado até 2022, segundo vários meios de comunicação social).

O jogador mais cobiçado do planeta acaba de deixar a Úmbria para assinar pelo Bogdanka Lublin, na Polónia.

Um país de que se tornou cidadão em 2015, onde o voleibol é o segundo desporto nacional, a seguir ao futebol.

A Polónia e Torun adoptaram-no rapidamente pelo seu jogo extraordinário, o seu sorriso e a sua abertura de espírito.

E Leon quis fundar um clube na Polónia em 2021, do qual é coproprietário, por "amor" à Polónia: "Vivo na Polónia, falo polaco, estou apaixonado por este país e queria criar um clube lá".

Os "Anjos" acabam de ser promovidos à segunda divisão e Leon, que este ano foi homenageado pela Câmara Municipal de Torun, com uma placa com o seu nome no beco das celebridades, tem os olhos postos na Plus Liga (.1ª divisão), a melhor liga do mundo (juntamente com a Itália).

Entretanto, quer dar à Polónia o título olímpico que persegue desde 1976.