Wieghorst, o selecionador que nunca foi, dá lugar a Riemer na Dinamarca
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Quando o fizer, será uns centímetros ao lado, como adjunto de Riemer, que vai estrear-se como selecionador do seu país no encontro da Liga das Nações A, em Copenhaga, sonho que Wieghorst nunca chegou a concretizar, apesar ter desempenhado a função durante mais três meses.
“O que fiz não é algo que se faça habitualmente no futebol. Fico orgulhoso por ter sido suficientemente forte para o fazer e conseguir falar sobre isso”, afirmou Wieghorst, de 53 anos, em entrevista concedida no início de novembro à empresa pública de rádio e televisão dinamarquesa.
O que o antigo futebolista internacional fez foi “ouvir os sinais” do seu corpo e “procurar ajuda”. Isso valeu-lhe uma baixa médica, devido a sintomas fortes de stresse, e custou-lhe a “honra e o privilégio” de treinar a seleção nacional, que representou 30 vezes como jogador.
“A seleção foi uma das razões que me levaram a jogar futebol. Toda a expectativa que tinha e a responsabilidade e a confiança que me foram transmitidas... senti que falhei. Apesar de isso ter tornado a decisão ainda mais difícil, não havia outra saída”, revelou, na mesma entrevista.
Se a saúde mental dos atletas de alta competição saltou para as manchetes com a desistência da superginasta norte-americana Simone Biles de várias finais nos Jogos Olímpicos Tóquio-2020, a questão é menos debatida quando se trata de outros agentes desportivos.
“Foi extremamente difícil falar, mas felizmente recebi grande apoio. Também não foi fácil para os meus superiores hierárquicos, que tiveram que fazer algumas escolhas difíceis. Depois disso, tive ajuda psicológica, que foi muito importante. Hoje, estou num lugar melhor”, explicou.
Wieghorst sucedeu em 19 de julho a Kasper Hjulmand, que comandou a seleção da Dinamarca durante quatro anos, e deveria manter-se no cargo até ao fim de 2024, mas os problemas de saúde do treinador interino obrigaram a federação a antecipar a escolha do novo selecionador.
Apesar de Riemer o ter mantido na equipa técnica, Wieghorst sabe que a oportunidade passou, pois foi Lars Knudsen, outro adjunto de Hjulmand, que orientou a seleção escandinava nos quatro jogos disputados pelos dinamarqueses na Liga das Nações desde a saída do anterior selecionador.
“Sou valorizado como adjunto. Agora a seleção é para o Brian Riemer e estou ansioso por trabalhar com ele. Não sei que outras oportunidades terei, mas adoro fazer parte da equipa técnica nacional e isso é o mais importante para mim neste momento”, assegurou Wieghorst.
Com duas vitórias, um empate e uma derrota, Knudsen e Wieghorst entregam a Dinamarca a Riemer num respeitável segundo lugar do Grupo 4, em zona de apuramento para os quartos de final, a três pontos da liderança, ocupada pela Espanha, e com três de vantagem sobre a Sérvia e seis sobre a Suíça.