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David Gaudu desabafa: "Sem a Volta à França a época é um fracasso"

David Gaudu em abril.
David Gaudu em abril.AFP
David Gaudu aproxima-se do Critérium du Dauphiné com os olhos postos na Volta a França, a corrida de todas as corridas, que, aos olhos do trepador bretão, determina mais do que nunca se uma época é um sucesso ou um fracasso.

Em entrevista à AFP, o francês do Groupama-FDJ, que vive atualmente no sul de França, explicou que não quer"reviver o Dauphiné" do ano passado, quando terminou num anónimo trigésimo lugar. Mas, acima de tudo, espera brilhar no Tour (29 de junho a 21 de julho), onde tem dois Top 10 (quarto e nono), e quer "correr com mais liberdade" do que no passado.

- Qual é a sua opinião sobre o Dauphiné?

- A equipa e eu não queremos reviver o Dauphiné do ano passado. Foi muito difícil. Não estou a definir um objetivo em termos de classificação geral, mas se conseguirmos ficar entre os 10 primeiros, ou mesmo perto dos 5 primeiros em certos dias, sem estarmos no pico de forma, isso é o melhor dos melhores.

- O Dauphiné é sobretudo uma corrida de preparação ou é um objetivo em si mesmo?

- Está algures no meio. Queremos estar lá, mas também não queremos estar no pico de forma, porque se nos vamos abaixo na terceira semana do Tour...

Um lugar no pódio no Dauphiné, ou mesmo a sua vitória um dia, ainda conta para alguma coisa?

- Sim, de certeza. Ganhar o Dauphiné seria fantástico. Mas não se pode errar. Se, depois disso, não se chega ao Tour, a época é um fracasso.

- Mesmo que se torne o primeiro francês a ganhar uma etapa do World Tour desde 2007?

- Desde Christophe Moreau (no Dauphiné). É claro que a época fica arruinada se perder a Volta.

- A Volta a França é assim tão importante?

- É o Tour (risos). É A corrida.

- Quais são as suas ambições em julho?

- No ano passado, o nosso objetivo (pódio, nota do editor) era mais elevado do que no ano anterior, o que era normal. Agora, não estamos a definir um objetivo de classificação geral. Quero correr mais livremente. Terei menos companheiros de equipa comigo porque a equipa também vai querer ganhar etapas, o que não acontece desde 2019. Portanto, vai ser um pouco confuso. Se um dia me encontrar numa fuga para ganhar tempo e uma etapa, ficarei muito satisfeito.

- Normalmente, termina-se bem na terceira semana. Este ano vai ser muito difícil. Já viste o percurso?

- Conheço de cor a terceira semana porque são as estradas que sempre percorri. Sempre terminei bem na terceira semana, é verdade, e esta vai ser terrível. Veremos. Já estamos a terminar não muito longe de casa, em Nice. Vou poder dizer aos meus filhos que o papá fez um contrarrelógio no Tour no último dia.

- Será que a Volta a França vai ser mais aberta depois das graves quedas de vários líderes?

- É difícil dizer. Depende muito da forma como chegarem à Volta. Pogacar vai querer pô-los à prova desde o início. Mas não devemos enterrar ninguém. Estou a fingir que todos estão a 100%.

- Seguiu Tadej Pogacar no Giro?

- Sim, um pouco. Ele era o mais forte e não deixou muitas etapas para os outros. Geriu bem a corrida. Pôs 100% nas suas acelerações. Depois disso, uma vez criadas as brechas, estava em total controlo, como Van der Poel nas corridas de ciclocross no início da época.

- Ele é capaz de fazer a dobradinha Giro-Tour?

- Sim, claro. Está em forma desde o início de março e é capaz de estar em forma até ao final de julho.